sábado, 10 de março de 2007

Censure-se a CENSURA !!!


A toponímia nacional tem destas coisas.

Estas 2, as das imagens acima, são localidades, relativamente próximas, situadas na Beira, e parece que ainda no Distrito de Coimbra.

Curiosamente, Derreada e Senhor dos Aflitos são nomes de outras pequenas localidades que ficam bem próximas das das imagens. Há quem defenda que estes últimos nomes se poderão dever às placas de aproximação à localidade constante da imagem da esquerda, designadamente PI*** - 800 metros.


Ainda como curiosidade, e como é habitual em pequenas localidades de província, o progresso, os melhoramentos de arruamentos, espaços de lazer e outras infra-estruturas públicas e comuns resultam, as mais das vezes, de movimentos ad-hoc, espontâneos, de cidadãos locais.



Nesta imagem é visível a sede de um elucidativo exemplo de tão interessante iniciativa.

Aproveito para evidenciar que estas fotografias não são montagens, não são artificiosas, e representam povoações que existem desde bem antes de 1974, e nem o antigo regime as excluíu, nem as escamoteou, nem as apagou, fosse da geografia, da paisagem nacional, fosse dos mapas.

Porque é que, agora, após quase 33 anos de regime dito democrático, se escamoteia, electronicamente, uma realidade com vários decénios de existência efectiva?
Esta realidade existe, de facto. Palpavelmente.

Qualquer criancinha que passe por ali, por aquela zona, é confrontada, em sequência rápida, de pouquíssimos minutos, com estas três placas toponímicas: Picha, Senhor dos Aflitos, Venda da Gaita.

É um facto que as crianças que têm menos de 6 ou 7 anos ainda não têm aptidões de leitura.

Mas alguma vez quem está, aqui e agora, a ler este post, já se colocou a pergunta da razão de ser de tão forte correlação entre a idade do disparo e solidificação das capacidades de inteligibilidade (que integram, designadamente, a aptidão de leitura) e a do "acordar" para a malandrice, para o disparate, para a asneira, para o palavrão, para a pequena obscenidade?
Já o leitor se interrogou porque é que há crianças que sobrevalorizam tabus e têm as concomitantes reacções, às restrições, aos impedimentos, às proibições que lhes são impostas, e outras que não têm este tipo de tabus, que passam, muito serena e naturalmente, pelo que quer que seja, com discernimento para saberem apreciar e separar "as águas"?

Deixo-vos estes motes para ponderação.

Se quiserem e tiverem o trabalho e a amabilidade de partilhar as vossa reflexões, os vossos entendimentos, nesta comunidade, COMENTEM...

Obrigado.

3 comentários:

Trapezista disse...

Educação é tudo... Diria eu.
Mas falando em nome de terrinhas, ha uma chamada Venda das Raparigas, que acho muita graça!
Avelâs de Caminho e Coiga do Monte são outras que me tiram do sério!
Abraço, sr das pintas e bom Domingo!

Trapezista disse...

Cioga do Monte, quis eu dizer

dálmata disse...

Obrigado, Trapezista,
Mantem-te, a pulso firme, no trapézio.
Abraço e bom domingo, com vitória da Briosa, que o Pena e eu já nos safámos